Bancos e Bancadas

Vêm vultos da Maioria assentada em S. Bento reclamar um Governo suplente dos mesmos emblemas, apesar de saltar à vista a escassez de banco. Como sempre disse, a propósito da saga da nomeação de Santana Lopes, nada que choque especialmente, na única vocação parlamentar que não é um disparate, a Britânica, é costume enraizado não só a entrega de testemunhos, veja-se a de Blair a Brown, como revoltas parlamentares substituírem lideranças dos executivos, sem recurso a novas eleições, tal o caso de Thatcher por Major, na sequência da reprovação emergente das alterações em torno de impostos. Não estamos habituados a tanto, porque, cá, os deputados não são escolhidos para pensar por cabeça própria, mas para se constituírem em serventuários das catastróficas siglas partidárias, coisa que, embora em situação extrema, já nem em Chipre se constata. Também por isso se compreende a aspiração de Henrique Neto & Cª a abrir aos independentes as bancadas legislativas. É uma reivindicação simpática no intuito de subtrair ao monopólio das estupidocracias partidártias a formação de listas, mas pouco adiantaria na crise que vivemos, pois a ausência de clubite não excluiria o ping-pong de promessas para arrebatar o Poder e incumprimento subsequente, que, circular e viciosamente provocassem novas consultas, similares ascensões e decorrentes quedas. A única forma de ultrapassar este beco sem saída é a ruptura constitucional que entregue a uma entidade não-eleita a nomeação dos ministérios. Rei, Forças Armadas, sorteio, o que queiram. Mas sem urnas agoirentas! Até lá, é torcer para que algum assomo de dignidade transforme os pseudo-representantes do Povo em coisa diferente dos autómatos que vão sendo, com a Sabedoria que os redima, pelo Mocho simbolizada. E que deixem de ser progenitores-coruja, quer dizer, parciais, de rebentos aberrantes como as opções desgraçadas em que se vem traduzindo a governação.
                                                  O Parlamento dos Mochos, de Scot Gustafson

5 comentários:

  1. O parlamento português, mais do que qualquer parlamento exótico por porradas à eslovénia, é um palco que devia ser estudado. Não digo "estudado" à laia de comissões mas lido e bem interpretado pelo povo que, em minoria, os elege! Os espertos continuam no palco os espectadores continuam a pagar bilhete; é neste infeliz casamento que reside as razões de um divórcio que poucos querem assumir. Até um dia.

    abraço

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  2. rudolfo moreira20/03/13, 11:15

    ninguém estranha porque estamos demasiado habituados a um parlamento desasado

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  3. sim a britânica é bóptima mas os coreanos são mai melhores bons
    os ucranianos tamém já os de taipé tem dias

    o escândalo pró fumo e outros profumos foram adonde?

    e as luvas que a famelga real recebia...foi no qatar?

    bai-te qatar mai la britcom

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  4. Alguma coisa vai ter de acontecer, como e o quê não sei, mas inclino-me que os bastidores da coisa já estarão a trabalhar para tirar o tapete a estes incompetentes.

    Beijinho querido Paulo

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  5. Meu Caro João,
    esperemos que o dia chegue rapidamente, porque quando a baixa comédia se repercute nas pessoas inocentes, não no sentido de isentas de responsabilidade na atribuição do Poder a esses canastrões, mas no de ingénuamente enganadas, chegamos a uma tragédia sem grandeza.

    Caro Rudolfo,
    bom será que o façamos passar a "desusado".

    Querida Ariel,
    eu até vou ali ao outro lado da rua buscar mais um bocadinho de razão para dar ao Dr. Capucho & Cª, se tal for possível. Mas que solução apresenta? Ele Próprio? No estado de coisas a que chegámos já não vislumbro remédio, nem na maioria, nem no sistema político.

    Beijinho e abraços

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