A Filosofia da Normalidade

Sabendo da clivagem que o Dr. Seguro, numa surdina notória, em tempo, alimentou contra o Socratismo, tentaram os jornalistas entalá-lo, pondo-o perante o incómodo da hipótese de o Comentarista caloiro que o antecedeu no partido vir a corporizar alguma assombração vingadora dessa desconformidade pretérita. O Secretário-Geral do PS retorquiu com a normalidade, o que é facilmente perceptível: não só, ao estabelecer esse padrão, assegura o Futuro, uma ribalta pós-liderança, a modos que um senado onde repousem os políticos depostos ainda jovens para a Reforma, como dá uma estocada no putativo rival. Com efeito, para além do nome, nada fazia prever que aquele aguentasse o estudo da Filosofia como substituto da intervenção política em que foi nado e criado. No seu íntimo, a especulação e os livros do pensamento traduziriam a prisão irremediável que fere a sensibilidade dos que se habituaram a mandar sem reflexões maiores que as do debate superficial e orientado para a vantagenzinha paralamentar. De resto, onde antes se faziam apenas comendadores, produzem-se hoje comentadores.
                                                          O sugestivo quadro é de Jim Warren

4 comentários:

  1. rudolfo moreira22/03/13, 15:08

    os programas de comentários são para entreter o pagode

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  2. O homem já estava farto do anonimato parisiense. Aqui, as luzes da ribalta acendem-se sempre para quem dá ou deu cartas num partido. E a RTP continua a fuga cega.

    Beijo, Paulo.

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  3. Como já referi lá na minha pobre tabanca, todo o alarido em torno desta matéria dá a dimensão da nossa pequenez.

    Beijinho Querido Paulo

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  4. E, imagino, para o ter na mão, Meu Caro Rudolfo. Claro que se a concentração nos argumentos e vistas verbalizados nessas instâncias já desviam da concentração nas soluções reais, a transposição para a polémica em torno do recrutamento ainda é um passo em frente, nessa bola de neve. Mas claro que as pessoas não são de ferro e não estão imunes a uns restos de sentido de Justiça...

    Querida Cristina,
    Eu cá ainda vou dar em entender a coisa como uma jogada de mestre do tutelante Ministro Relvas, para demonstrar que, inesperadamente, há qauem seja mais mal-amado do que ele. Foi Miguel Sousa Tavares que chamou ao Sr. Sócrates o «Fantasma de Paris», no sentido de estar farto de o (des)Governo em curso continuar a justificar-se com o que precedeu, Que dizer, agora, desta materialização desse assombrador ente? Que por detrás das aparições assustadoras está sempre uma fraude?

    Querida Ariel,
    recusei assinar a petição, por entender o assunto pouco merecedor do meu tempo e da minha dedicação, contudo, sabe-o Deuis, nada preciosos. Mas claro que o Direito à Indignação não pode funcionar só para um lado...
    Fora de brincadeira, o escrito mais equilibrado que li sobre o tema foi o de Henrique Monteiro.

    Beijinhos e abraço

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