Refutação do(s) Fracasso(s)

Leitura do livro de Jaime Nogueira Pinto «ANTÓNIO DE OLIVEIRA SALAZAR O OUTRO RETRATO». É excelente síntese, coroando o muito que o Autor tem corajosamente escrito sobre a natureza, razão, factualidade e consequências do combate governativo constante empreendido pelo único Gigante que à frente da Coisa Pública tivemos, nos últimos dois séculos, já que se a D. Miguel, João Franco e Sidónio não terá faltado a percepção do sentido e do sentir devidos, bem como a generosidade, nos três rareou o tempo, o saber e o reconhecimento coevo. Aqui, num volume sem palha, são tocados todos os pontos fulcrais, com o brinde da aclaração de episódios significativos da Pequena História muitas vezes adulterados na reprodução que se ouve e com a desmitificação, sem ocultar ou corroborar, dos aspectos da auto-defesa do Estado Novo que pelos seus antagónicos sucessores foi transformada numa «repressão asfixiante» por ninguém imparcial notada na época. Realça-se, sobretudo, a disparidfade da dimensão entre o que o País fora e a daquilo que a vida política das intrigas o tornara e tornaria, momentaneamente mediadas pela grandeza de um Homem e de um território ainda pluricontinental pemanentemente acossados e lutando por perdurar. Mas não se pode concordar com o balanço, em que nos é dito que, mesmo considerando toda a imperatividade e tamanho da sua luta, a acção de Salazar teria fracassado, pelo oposto que lhe sucedeu. Isso equivaleria a dizer que o Império Romano foi um falhanço, porque, mil anos depois de Augusto, os Turcos entraram em Constantinopla. Os regimes, como os homens, não são eternos e os que têm responsabilidades na condução dos povos só devem ver o seu êxito ou perda avaliados pelo que se passou no decurso da sua vida. O que importa é ter feito e como se fez a parte que lhe cabe. Enquanto o Presidente do Conselho foi vivo, não cedeu e, com ele, nós, a Nação, não cedemos. O entreguismo dos epígonos não é para aqui chamado, que a imputabilidade aponta direitinho para eles e só para eles. Da mesma forma, não coincidimos com o que escreve quando fala no regresso dos partidos e em para eles, presentemente, se não vislumbrar alternativa. Esta continua presente na Doutrina Tradicionalista e, justamente pelo carácter mais ou menos efémero das instituições, há-de dar o passo em frente em nova hora de glória, quando e se for servida por defensores capazes. Que devem formar-se no culto do que de imperecível há na actuação Salazarista, o Exemplo, a que convém acrescer um esforço purificador dos obstáculos de conciliação de tendências coligadas que o Grande Homem se viu constrangido a gerir. O Futuro está em aberto e as crises em curso talvez sejam não pequeno sinal, soando para testar a nossa prontidão.

2 comentários:

  1. Grande texto, Meu Caro Paulo, que faz Justiça ao Insigne Homem de Pensamento e Acção. Que os que vieram depois d´Ele destruíram a Obra que edificou - e/ou defendeu - só O agiganta perante a História. Cai-Lhe com uma luva as palavras paulinas: combateu o bom Combate, terminou a Carreira, guardou a Fé.
    Abraço apertado!

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  2. Meu Caro Marcos,
    ora bem, a Sua Vitória intangível reside no que em seu tempo manteve. O desbarato posterior tem imputabilidades bem outras, a Culpa é pessoal, como, aliás, o Mérito.

    Forte abraço

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