Explicação do Pássaro

Não faço a menor ideia se a actividade profissional do Sr. Franquelim foi meritória ou desastrosa, se, na relação que teve com indisputáveis e negregados buracos do sistema, os seus actos e omissões minoraram ou agravaram os males. Acho natural que se escrutine a sua passagem por empresas privadas para aquilatar da presença de favorecimentos ou simples vícios da tão bem carpida porosidade no seu desempenho governativo. Uma única coisa posso desde já afirmar, sem qualquer risco de injustiça - é falsa a afirmação de que «sempre se norteou pelo rigor e a exigência». Se assim fosse, nunca teria podido aceitar integrar o presente executivo.
                                      O Queijo dos Esquemazinhos, de Kostya Prozorovsky

4 comentários:

  1. Genial ilustração, Querido Paulo, quem sabe, sabe :)))

    Beijinho

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  2. Querida Ariel,

    pareceu-me articular-se bem com o título...

    Beijinho

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  3. Meu Caro Paulo,

    A genuína humildade do Sr. Franquelim não lhe permitiu acrescentar ao "rigor" e à "exigência" essa outra sua virtude, base e fundamento de todas e sem a qual nenhuma o seria, como muito bem observou Cervantes.
    Recusar integrar o presente executivo (ou o anterior, de Sócrates, caso para tal tivesse sido convidado), não só seria falta de lealdade para com quem tanto se tem esforçado por lhe manter a folha limpa, como, outrossim, seria de uma arrogância sem descrição para com aquele que lhe outorgou o cargo, como que lhe dizendo: - "Arranja outro, que eu nasci pela segunda vez!"

    Um abraço

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  4. Ahahahaha, ainda bem que deslindou o caso, Meu Caro Pedro, o Modesto, maugrado seu, Sr. Franquelim tem bem a noção de que a fidelidade canina obriga a não morder a mão que o alimenta e a República Laica não consente renascimentos regeneradores, fora das amnistias ou amnésias que por convenientes tenha.

    Forte abraço

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