O Desastre Reflectido

Num País tão atestadamente deprimido como comprova o record batido da compra de anti-depressivos, a ambiguidade tremenda sobressai de um fatídico acidente como o de ontem. Num primeiro momento, a perversidade do despertar dum renovado interesse em face da infelicidade mais extrema, a acordar do torpor em que nos fazem mirrar. Depois, o novo mergulho na dolorida e difusa incapacidade de reagir, ao compenetrar-se da impotência para inverter a desgraça e da parcela a adicionar ao mal do tempo. O pior de tudo, entretanto, seria deixarmo-nos escorregar para a arrogância da comoção com base no sentimento genuinamente bom, aquela que nos incitasse a lamentar comparativamente o fim terreno de Pessoas Sãs que pretendiam empreender uma espécie de peregrinação, junto de um Presépio, quer dizer um resquício de Culto, enquanto tanto patife goza e prospera. Nessa compreensível mas condenada avocação do poder de decidir de quem por cá continue jaz a mais perigosa das tentações que nos possam perder. Evitêmo-la, diante do horror e das devidas condolências que, pela dimensão, creio nos menos maus muito acima da mera formalidade. Mas insistamos na equação de cada óbito na sua dimensão absoluta de personalidade!
Uma única nota: «um autocarro antigo e sem cintos de segurança» não parece igualmente uma descrição do Portugal em que vamos permanecendo à espera de perecer?
                                              Payola no Fim do Arco-Íris, de Michael Scott

9 comentários:

  1. Meu Caro Paulo,

    Uma única nota: Este autocarro antigo e sem cintos poderia até proporcionar viagens lindas, ainda que aventurosas. Só precisava de outro motorista... mas que Deus nos livre de que se siga um rotulado como seguro. Do que precisamos é de um com unhas para o conduzir!

    Um abraço

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  2. Sem dúvida, Meu Caro Pedro, com este todos nos sentimos no lugar do morto. Mas o processo de concessão da correspondente carta de pesados não é de molde a sossegar, quanto às perspectivas de uma condução que evite os deslizes e o deslizar contínuo.

    Abraço

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    1. a verdade irreflectida28/01/13, 20:40

      é que num país em depressão milenar que nem sabe se é nação ou bairro popularucho e que faz do choradinho a canção nazional

      andava a esgraçadinha no gamanço e não pôs o cinto jacinto já sinto a falta de shinto

      e ab shinto?
      é que paulo von portus con frarias de beverages al koholicas destroem a rede neuronal já lá dizia titio Egas Monhé o escurinho

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    2. the desert von января or potucali num é orange ó Португалия28/01/13, 21:49

      paulus von cunha só tens amaricanos a ler-te hoy





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  3. Afinal ouvi agora que o autocarro tinha cintos de segurança conforme a lei. O que se passa então é o costumeiro laxismo à portuga.... uma desgraça a juntar à desgraça do desastre.

    Beijinho Paulo

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    1. Ariel,

      O autocarro só tinha cintos nas cadeiras mais à frente (se não estou em erro, em 7 cadeiras). Diz que estava conforme a lei porque em Espanha não será obrigatória a instalação de cintos de segurança e portanto o autocarro pode circular assim em Portugal já que a homulgação tem que respeitar a lei do país de origem. Pelo menos é esta a explicação que nos dá o Presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa.

      No comments! :) Beijinho

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  4. Mas, veja bem, Querida Ariel, há uma desculpa: as Pessoas, de tanto serem mandadas apertar o cinto, noutro sentido, tornam-se renitentes a fazê-lo também nos veículos.

    Beijinho

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    1. 11 não são pessoas

      são números

      3 por envenenamento suicida

      4 por retalhação à catanada o alémptejo deprime

      e no tejo já ninguém se quer suicidar excepto o Professor marcelo

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    2. Num País tão atestadamente deprimido que apesar de ser egípcio anda com a mania que é grego, apesar de só saber dar Tau Tau na língua pátria, e dum analfabetismo atroz como comprova o record batido da compra de anti-depressivos pensando que eram aspirinas, a ambiguidade deste deserto à beira mar plantado com um Nilo anão e nihilista ou nihil en lista tremenda própria dos escribas que fazem as contas pelos dedos e põem esquemas gráficos para disfarçar a iliteracia hieroglífica, sobressai de um fatídico acidente como o de ontem o de hoje e o de amanhã:
      Num primeiro momento, a perversidade do povo que se desarma para pôr nas urnas um desgoverno que reformará tudo o que lhe deixarem reformar, ou seja tudo menos o irreformável que se chama estado, état, kratos ou outro palavrão grego ou greco-beluscónico
      Assis quando a Beatrix do Hollande abdica parece o despertar dum renovado interesse em renovar o estado em face da infelicidade mais extrema, mas no fundo, no fundo do poço en túnel ou in tonel de von Portus ou Aramis per Toutatis, acabamos ébrios a acordar do torpor alcoólatra ou do vinagrete que par regrette nos fazem mirrar a mioleira.
      Depois, o novo mergulho salafista dos fiéis na dolorida e difusa incapacidade de reagir aos atheus que por Deus con troll an etat feito de estates vários e impenetráveis à curiosidade dos profanos sem fanum nem fanam,
      Assim o burgesso e a ralé ao compenetrar-se da sua impotência para inverter a desgraça toma três soluções:
      1ªSaca da O pior pior Don Du Art pio de tudo, entretanto e por enquanto, seria deixarmo-nos escorregar para a arrogância da comoção egípcia ou peor que isso grega, com base no sentimento genuinamente bom que se este messias não presta o seguinte será melhor, se não fosse a RTP aquela Al-jazeera que nos incita a pôr o ass à venda por un asse ou asse e meio ou um sestércio prós mais finos que ficam a lamentar comparativamente o fim terreno de Pessoas Sãs que loucamente pretendiam empreender uma cruzada ou uma espécie de peregrinação para saquear os infiéis e comer-lhes as mulheres e filhos ou em alternativa, junto de um Presépio eregir uma casa de alterne nativa para comer os infiéis e saquear-lhes as mulheres e filhos para vender au bon marché segundo Marx ou Compay segundo ou Filipe II da californix and texas instruments, quer dizer um resquício de Culto por Kali, enquanto tanto tug but not tuga ou patife goza e prospera em asfixias euróticas ou neuróticas.
      Nessa compreensível mas condenada alocação ou avocação ou avô só Ares do phoder de poder decidir, mas decidir o quê? bom primeiro decide-se o que se há-de decidir e depois faz-se um estudo para saber se se decidiu bem o que o escriba de serviço decidiu que ficavA na acta en triplicado
      E de quem por cá continue porque não tem dinheiro para viver en gay paris,jaz a mais perigosa das tentações que nos possam ou que nos façam perder o Norte que o sul exporta pouco pois é o mais deserto dos desertos a norte do al gharb mouro.
      Evitêmo-la essa queda na ilha da Circe que é m jardim cheio de humanos porcos, diante do horror de comer porcos ainda por cima humanos e mal lavados devido à crise na ilha maravilha e dando fé nas devidas con dolências que dolentemente, pela dimensão do país feito fadistão e por vezes fodistão, creio mais nos menos maus do que nos mau-mau ou nos maus menos muito acima da mera formalidade ou do formulário em triplicado.
      Mas insistamos na equação de cada óbito seja de Jaimes ou de Ambrósio estou com uns apetites, ou doutros major domus na sua dimensão absoluta de mordomias por escassez de personalidade, é sempre um bom resultado....

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