Astros do Ensino

Correio urgente para o Ministro Crato: à frente de um Ministério cuja mais notória característica vem sendo a importação cega de modelos estrangeiros, veja-se o absurdo do caso Finlandês, urge, pelas últimas notícias, dar atenção ao que em prol do aproveitamento escolar se faz numa milenaríssima Civilização a que, para mais, estamos danadinhos por nos vender. Na China descobriu-se que alinhar os alunos pelos signos astrológicos ocidentais dava resultados magníficos, sem achar que uma quejanda cedência ao outro hemisfério fosse uma colaboração de maior com o Imperialismo. E na Universidade, pasme-se, um espaço em que o cepticismo quanto aos condicionamentos estelares seria mais que previsível! Temo que por cá não se ligue meia, não pelo descrédito da leitura das estrelas e planetas, mas porque a magnética fascinaçãoção pelo Exótico se verá esterilizada pelo boomerang que reenvia para as nossas interpretações siderais. Quanto à "coisa em si", parece-me mais de contentarmo-nos com o chão conhecimento do Homem: os Universitários chineses viram a curiosidade pelos colegas embotada pela noção de que tinham sido enfileirados com mais do mesmo que sobejamente julgavam conhecer e, desiludidos e privados da consabida atracção dos opostos, viraram os olhos para as sebentas. Pode a receita funcionar? Talvez. Mas será aceitável nesta sociedadezinha de pele sensível uma segregação com base nas origens astrais, quando são proscritas até ao absurdo as considerações raciais, de nível económico e social e de capacidade intelectual? Será este apartheid mais tolerável? Uma resposta com os pés bem assentes na terra dir-nos-ia do ilogismo da afirmativa, mas chegou-se a um estado de desespero com a parca valia dos diplomas que qualquer alucinado caminho pode parecer uma esperança.
                                                    Personificação da Astrologia, por Guercino

3 comentários:

  1. A coisa além do mais,a coisa parece que tem efeitos afrodisíacos, há pelo menos uma aluna que diz ter sentido "uma estranha sensação de prazer". É pois natural que a aprendizagem se torne muito mais estimulante....:))

    Beijinho Paulo

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  2. Meu Caro Paulo,

    Descobriram a pólvora! Bem... por acaso, reza a História que foram mesmo eles que a descobriram, mas queria-me referir a esta nova "descoberta". Este Carneiro que as labaredas hão-de consumir sempre disse que não fora uma Leoa - aqui que ninguém nos ouve, também umas quantas Virgens (ai, ai, santa inocência dos verdes anos!) e um par de Gémeas, das quais nunca soube signos - e teria concluído os estudos universitários com o acrescento de um canudo debaixo do braço, que é como quem diz, tivesse eu Encarneirado nos estudos e hoje Portugal teria mais um distintíssimo Senhor Relvas, digo, Doutor!

    Um abraço

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  3. Querida Ariel,
    nesse caso, está explicado! É a libertação da Mulher a chegar ao Império do Meio, porque corre que a educação tradionalmente ministrada àqs Meninas Chinesas e prolongada durante o Maoismo era no sentido de lhes subtrair as culminâncias do prazer. Talvez por isso uma mudancinha, ainda que ligeira, desencadeie destas alegrias...

    Ai, o Amigo Pedro deve chorar tanta lágrima por não ser Leão em full time!!! Mas a partilha com Feras Estimáveis sempre é uma variante da repartição por prévias conexões mais fortes, ou começos de Outono com ligações perigosas à biografia... Deixe lá, as relvas que interessam são as do Esplendor que evocou, não as da actualidade a que por último aludiu, mais parecidas com as do Estádio José Alvalade.

    Beijinho e abraço

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