Guita e Cordelinhos

A nomeação para Secretário de Estado de John Kerry, o Homem mais rico do Senado Norte-Americano, poderia, à partida, prejudicar a imagem do Presidente Obama junto das classes trabalhadoras, mas, provavelmente, não o fará, em virtude do trabalho de sapa atempadamente realizado, com a retórica dos impostos para os abonados. Poderá ter é um efeito aumentativo da estatura aparente do Chefe da Administração, na medida em que dispõe, assim, sucessivamente, de dois ex-candidatos presidenciais como colaboradores na execução do que passe por sua política externa. O Nomeado tem uma apetência tal pela actividade das altas negociações internacionais que poucos o denunciarão como inadequado. Era o presidente da comissão de Relações Exteriores senatorial e, desde a sua esmerada educação europeia, quase se suspeita de que a respectiva cobiça da Casa Branca de há nove anos teria principalmente em vista aceder ainda mais a esses meandros. Com anos de votações invariavelmente alinhados pela Esquerda instalada, decerto não desagradará aos ideólogos com o Quarto Poder nas mãos, provavelmente prontos a perdoarem qualquer hesitação em matéria de Assad(o)s que já lhes foram simpáticos e hoje são por eles regularmente anatematizados. E até em Portugal, a eterna, simpática e parola simpatia por gente da terra a brilhar no firmamento (desde que não seja, de facto, nossa conhecida), trará boas expectativas, em função das origens luso-moçambicanas da sua Mulher, Teresa Heinz Kerry. Num ponto tenho ser desmancha-prazeres: a prática yank continuará a ser a de sustentar qualquer intermediário que lhe convenha, por mais ou menos marioneta que se revele, até que seja deposto, situação em que instantaneamente o apoio transitará para o sucessor, com juras de amor eterno, desde que não seja programaticamente hostil aos interesses da União. A história de sempre.
                                                   A Arte da Diplomacia, de Michael Cheval

2 comentários:

  1. rudolfo moreira27/12/12, 16:25

    ela pode aproveitar a boleia para promover a maionese

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  2. Ehehehe, Caro Rudolfo, seria a Diplomacia Económica tão cara ao Dr. Portas no esplendor PRÓPRIO.

    Abraço

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