Consoante Muda...

O Dr. Balsemão vem propor um pacto de regime, como se fosse inovação que encerrasse soluções. Claro que a guerra civil em estado latente, modo de Alfredo Pimenta classificar o fraccionismo partidário, é causa de muitos dos principais padecimentos que nos atingem. Mas, vendo bem, o tal pacto já existe, não correspondendo à necessária supressão dos partidos, mas a uma espécie de cartelização que junta os principais deles nas mesmas receitas, nas mesmas transigências e nas mesmas prepotências, unidos na capitulação sem condições face ao catálogo de remédios cheios de contra-indicações e efeitos secundários da autoria dos frios funcionários da Troika. Os políticos não podem ouvir o desabafo que os dá como sendo «todos iguais», mas, se tal pode ser injusto, pessoalmente, é também admirável descrição da vulnerabilidade deles às etiquetas que irremediavelmente os condicionam e moldam. Procurar uma encenação de acordo que levasse a população a renunciar a opor-se às assassinas curas impostas aos males que a deixaram moribunda seria exigir que esta celebrasse um pacto, sim, mas do explicitado na imagem. Com a ressalva de trazer à colação outro acordo, o famigerado Ortográfico, na medida em que o ex-Primeiro Ministro supusesse uma eliminação da leitura do "c" e estivesse a reconhecer a conveniência, para os grupos dirigentes, de um Povo caladinho e obediente que prefigurasse um pato de regime.

5 comentários:

  1. É estudar bem esse palmípede que ele se propõe a servir-nos. Algo me diz que haverá, ainda que disfarçada, uma cláusula para adiar (o que em politiquês significa - esquecer) a privatização da RTP. Anda aflitinho, coitado! Na telefonia da Impresa já só ouve tocar o "♪♫ Ó Relvas, ó Relvas/ Newshold à vista ♫♪"

    O Dr. Luís Amado bem que fez o que lhe cumpria, ao dizer que "o tema é fracturante e que por isso não é agora (o que em politiquês significa - nunca é) o momento de o abordar". Como deve estar arrependido de ter quebrado a tradição de levar um membro do governo (o Senhor Relvas?) ao Club de Bilderberg. O Moreira da Silva não parece estar a ser capaz de lhe dar conta do recado.

    Um abraço :)

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  2. Meu Caro, Pedro,
    estamos servidos, então! Isto da mudança de mãos do tal canal é mais para rir do que para chorar, excepto nas miragens de um império de Berlusconi à Portuguesa. Com a crise, que é da publicidade? E a influência também já conheceu melhores dias, que as cadeias televisivas do momento já só enveredam pelo embrutecimento gratuito, com o fim mais modesto, ainda que, concedo, eficaz, de adormecer o maralhal.
    Quanto ao Club e a académica prospecção de um relvado, penso que os senhores que lá se assentam estarão mais interessados num certinho onde poisem à vontade os pés no que em evidentes ervas daninhas.

    Abração

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Olhe que não é por falta de o escreverem. Nem de o deitarem na brasa do dicto pacto Expresso na imagem.
    Vai um abraço.

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  5. Meu Caro Bic,
    a inicial m(ai)usculada que nos traz é o pormenor de Génio!

    E outro

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