Des-troçar!

Não se percebe o que querem dizer estes representantes castrenses com a solene afirmação de que a Classe não se oporá à indignação dos Portugueses. Penso que a desvergonha ainda não chegou ao ponto de lhes pedirem o desempenho de funções de policiamento, por forma que apenas deve querer dizer que não aceitam, doravante, manter-se como garantes do Regime. Não podem os Políticos queixar-se: estão a provar do próprio remédio, quem fez este sistema está a tirar com uma mão o que com a outra deu, numa apoteose reivindicativa de carreiras, em certa madrugada para esquecer, tal como eles sonegam com um dos membros aos governados o que deram com o restante. Não tenho em grande conta a transformação do ofício das armas numa profissão como as outras, apesar de também me não agradar muito a universalização forçada do Serviço Militar saída da Revolução Francesa. A segunda proporcionou a intromissão paroxística da I República, como forma periódica de mudar apenas a face dos governos ineptos, num panorama em que as eleições viciadas jamais o faziam. A redução a um simples sector laboral, no rescaldo da diminuição de benesses, essa ainda é pior - propicia chantagenzitas veladas como aquela em (pouco) apreço, mas sem sair do entorpecimento que deixa aos demais o ónus de corrigir a desgraça, sem defender a Pátria contra o Inimigo das Internacionais, na altura em que o doutros nacionais já teve melhores dias.
                                                   A Sentinela Adormecida, de Carel Fabritius

4 comentários:

  1. Do pouco que vi, a coisa pareceu-me um pouco pindérica, aliás para não destoar do tom geral do debate político dos últimos tempos que culminou com um filme abaixo de cão que MRS mandou fazer a alguém que se reclama "monárquico". Felizmente um espírito mais elevado lá pela germania em boa hora recusou a exibição.

    Beijinho querido Paulo

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  2. Querida Ariel,
    sabe que o talento para o Cinema não depende da clarividência em matéria de opções por Formas de Estado e, ademais, creio que a "Monarquia" do Autor é a que o meu Mestre Marcos Pinho de Escobar lembra sempre não passar de República Coroada.
    Quanto ao vídeo promocional, nem lhe concedi a dignidade de assunto, por me haver parecido uma reedição do que se passou com a Finlândia, tempos atrás. Recorda-Se?

    Beijinho

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  3. Assim é, meu Caro Paulo. De nada nos serviria um "Jerónimos" ou um "Castelo de São Jorge" de fato e gravata... só mesmo um Rex de facto!
    Obrigadíssimo pela amabilidade, mas, em comum com "Mestre" só tenho a primeira letra do nome! O ilustre Amigo é que possui pergaminhos para tal.
    Abraço apertado.

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  4. Eu é que sei com Quem aprendo, Caríssimo Marcos.

    Abraço

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