A Bolsa ou a Vida!

Há uma regra elementar que manda não jogar com o dinheiro ds outros, mas a Segurança Social portuguesa não a conhece. Talvez porque especular tem a mesma raiz que espelho, terá resolvido espelhar a sociedade em desespero de que reflecte o futuro comprometido e resolveu arriscar num fundo infeliz uma quantia, por direito, vinculada aos que, sempre com sacrifícios, haviam feito os respectivos descontos. Por que não dirigir-se a um casino, já agora? A instituição visava, justamente, impedir que por idade, doença ou outros acidentes de percurso, os Trabalhadores ficassem de mãos a abanar, evitando a possibilidade de esbanjarem ou arriscarem com maus resultados o remanescente das retribuições não dispendido no sustento quotidiano. Por isso até me via receptivo a não permitir muitas alternativas de investimento privado para as reformas, na inocente esperança de que o Estado seria depositário mais seguro. Simplesmente, cego pela ideologia ultra-liberal do risco, o forçoso guardião do Porvir vendeu a alma ao Diabo do Lucro e delapidou somas enormes no sobe e desce bolsista. A voragem das doutrinas em nada lhes é estranha, salvo na impunidade dos responsáveis.
                                       Os Especuladores e os Ideólogos, de John Keane

6 comentários:

  1. rudolfo moreira06/11/12, 15:29

    é o que se chama ir para o fundo

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  2. Mas de forma a legitimar, para designá~lo, a nomenclatura "Fossa das Marianas", Meu Caro Rudolfo.

    Ab.

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  3. E, está claro, ninguém será responsabolizado...Exijo meu dinheiro de volta, já não confio no Estado para o rentabilizar...

    Ab
    Tiago

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  4. Pela boca morre o peixe... e na res-publica demo-liberal a culpa morre solteira...
    Forte abraço, meu Caro Paulo.

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  5. Uma verdadeira tragédia, as pessoas estão completamente desamparadas,perdidas sem confiança nas instituições, como é possível recuperar seja o que for sem confiança?

    Beijinho Paulo

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  6. Meu Caro Tiago,
    estás com uma sorte...

    Meu Caro Marcos,
    os autores da proeza ainda vão ser louvados, vais ver.

    Querida Ariel,
    eu já calculava que fossem uns batoteiros, mas assim tanto é demais!

    Beijinho e abraços

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