Se Não Foste Tu, Foi o Teu Pai!

A desorientação emerge de tudo quanto é canto. O velho conselho de não brincar com o Fogo bem poderia achar uma base na ligeireza com que se abordou um pouco por todo o lado um outro Cavaleiro do Apocalipse, a Fome. Daqui e dali se levantaram vozes contra a responsável por negar o almoço com os condiscípulos a uma criança, insinuando a privação de alimento, que não ocorreu. Mas pouco eco para os Pais que votaram essa possibilidade. Num País em que muitos estão à beira da desnutrição, foi um alarmismo escusado que iludiu o verdadeiro problema - o de pôr de castigo inocentes pela eventual culpa dos progenitores descuidados nos pagamentos. Ao ver os colegas à distância, almoçando, rindo e brincando, sem que a consciência os acuse de terem feito algo de errado, como poderão os estigmatizados desenvolver alguma ideia de Justiça? E, quando esta inexiste, estão abertas as auto-estradas para os revoltados criminosos de Amanhã.
                                                         A Fome vista por Magritte

4 comentários:

  1. caro Paulo

    Parece que a associação de pais sabia da ordem para cortar refeições na cantina aos pais faltosos. Não estou dentro do assunto e não quero especular. Espero que nenhuma criança passe fome assim como espero que os pais faltosos, no pagamento das refeições, não vão para os cafés denegrir a atitude da escola enquanto gastam/bebem uns negos e umas cervejas!!

    abraço

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  2. rudolfo moreira19/10/12, 16:42

    os pais que assinaram devem te ficado a lamber-se com as migalhas que sobraram para as crias deles

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  3. É uma barbaridade o que fizeram à criança. Os pais são certamente os grandes responsáveis, não tenho quaisquer dúvidas, mas a directora da escola não tem o mínimo de qualidades para o cargo. No fundo tudo isto resulta da grande miséria moral que grassa por esse país fora...

    Brijinho Paulo

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  4. Meu Caro João Amorim,
    essa ciência eventual em nada infirma o que há de monstruoso na segregação dos miúdos em virtude das insuficiências dos paizinhos, como do perigo do trauma subsequente para a integridade desses homens do Futuro...

    Caro Rudolfo,
    mesmo sem imaginar misérias dessas, não excluo algum gáudio da pior espécie que sempre se revela na humilhação de um acto justiceiro colectivo. Volto à minha de que o problema maior jaz nos pimpolhos que sofrem a pena infamante por uma falta que não foram eles a cometer.

    Querida Ariel,
    ora bem! Que afixassem uma lista dos progenitores caloteiros à porta do estabelecimento, não acharia mal. Fazer dos desgraçados pequenos o alvo das punições exemplares é que é tudo o que diz e um passo mais na deliberada ignorância das retribuições inerentes a Culpa e Inocência.

    Beijinho

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