No Seio da Crise

É evidente que levar tão a peito o protesto teria de despertar nos ávidos jornalistas e no voyeurisme dos comentadores que também integro um gáudio palavroso, o que corresponde por inteiro ao intento voluntarista do strip de S. Bento. Mas sinto-me um tanto ou quanto enganado. Pensava que se pretendia mostrar o estado de despojamento em que a austeridade governamental teria deixado algumas jovens e, no fim de contas, foi um acto de vontade delas que renegou os trapinhos. Pode ser que as desnudas protestatárias se vissem no papel para elas prestigioso da Liberdade Conduzindo os Revoltados, à moda de Delacroix. Só que, vendo friamente a questão, parece antes ser o resultado estabelecer pontes com a desgraçada classe política que urge apear: afinal, não se ouve dizer a cada esquina «o que eles querem é maminha»? Espero, impaciente, a tomada de posição das Feministas, sempre prontas a denunciar o topless na venda de produtos de marca mais prestigiada... 

2 comentários:

  1. Querido Paulo, parece-me que se tratou de um efeito mimético do Grego nú a correr em Atenas aquando da visita da madame Merkel. Simplesmente o ar contente das jovens retira-lhes o dramatismo que a imagem do Grego indiscutivelmente possui.
    Agora despropósito:) não sou nada feminista,tudo quando me cheire a organizações só de mulheres fujo como o diabo da cruz...:))

    Beijinho

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  2. Ai, que alegria saber a Querida Ariel incapaz de integrar a Maçonaria Feminina!
    Quanto à contestação posta a nu, cá e na Hélade que resta, voltamos ao dito do velho Marx sobre o III Napoleão que, afinal, era Segundo: a História repetindo como Comédia o que ocorrera em Tragédia...

    Beijinho

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