Igualomania

Vem um relatório despromover Portugal em sede da igualdade dos sexos, parece que na questão educativa e na de acesso a cargos públicos. Devo asseverar que a última parte nada me diz. Ninguém pode naturalmente ter direitos ou prioridades no preenchimento de tais lugares e as expectativas devem ser guardadas para si, a partir do momento em que não haja barreiras normativamente edificadas. Quanto ao Ensino Superior, estas conclusões até contrariam a minha percepção, de que, hoje por hoje, há muito maior número de elementos do Género Feminino a saltar para a miragem universitária, tanto que já se fala em promover quotas de rapazes, ao que vigorosamente me oponho. O mal maior está na fúria igualitarista que, desde os Levellers aos Comunistas de várias levas, assolaram o Planeta. Jamais se deveria olhar para o que o Outro é ou tem, salvo se o pudesse e quisesse ajudar. Já lembrava Gladstone «o Cristão diz "o que é meu é teu"; o Socialista diz "o que é teu é meu"». Mas não deixa de me assombrar que a fúria equalizadora não dispense a esmola de um olhar para a diversa cotação da virgindade, consoante brilhe no macho ou na fémea. Uma Moça Brasileira, Catarina Migliorini, deu, segundo a própria, em empreiteira e vendeu a sua por uma maquia reconfortante, enquanto que um jovem Russo, nos mesmos trilhos aventurado, pouco mais conseguiu que uns trocos para vodka, Mas urge responder com um clássico da Cultura Ocidental à tese da iminente passageira do projectado Avião de Tolerância; em «SOMBRAS E NEVOEIRO», a personagem de Woody Allen, respondendo à de Mia Farrow sobre se dormir com alguém uma única vez por dinheiro faria dela uma prostituta, aduziu lapidarmente que «só se fosse por definição de dicionário»...
                                                    Par Desigual, de Hendrick ter Brugghen

2 comentários:

  1. Estou de acordo que a "igualomania" proporciona muitas vezes caricaturas. Pessoalmente sou mais pelo direito à diferença com tudo o que isso implica. Como não farei a injustiça de pensar que o Querido Paulo considere que já não existem reais e efectivas discriminações no acesso de mulheres a determinados cargos, enquanto mulher não disputo nada que pertença ao "outro", só quero que não me discriminem naquilo a que tenho direito.

    Beijinho Paulo

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  2. Querida Ariel,
    eu não considero nada de semelhante, apenas digo que ninguém tem legitimidade para se achar com direitos no provimento de cargos públicos. É outra razão de tomo para detestar a Democracia, um(a) sujeito(a) achar-se tão competente para determinada função de Poder que tenta convencer os outros disso mesmo! A única atitude digna é prolongar disciplinadamente o cumprimento da sua existência e só assumir responsabilidades que lhe sejam superiormente cometidas, sem auto-apreciações prévias sempre parcialíssimas, vulgo prosápias.

    Beijinho

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