Ó da Guarda!

A verdade dói muito, ao ponto de se não suportar a sátira. Os nossos Colegas do «Estado Sentido» reproduziram a pantomina do funeral da Pátria que fez o Poder moribundo manifestar-se no pouco que lhe resta, demitindo uma alta patente da força policial que carrega no nome o opróbrio da República, com a justificação ridícula de não ter impedido subordinados seus de participarem na encenação.
Mais do que a ultra-sensibilidade à flor da pele incapaz de conviver com a evidência de estar iminente para os seus restos mortais um lindo enterro, este estrebuchar é uma tentativa patética de prova de vida por um morto vivo que confunde a (co)acção com vitalidade, quando somente exterioriza um estertor. Nem paz se pode desejar a uma alma que não existe. Mas a Justiça não exigiria aos participantes no cortejo fúnebre verdadeiro que a todos nos toca uma retirada mais radical  ainda do que a imposta aos responsáveis pela sua representação humorística?
A imagem sombria é Enterro de Verão, de Ross Braught 

3 comentários:

  1. Claro que devia ser demitido o chefe supremo e tudo o mais aí a baixo. E Guimarães capital da cultura está bem para mortos-vivos; já viu a que o Távora descobriu no Corya-fitas?
    Cumpts.

    ResponderEliminar
  2. O Amigo Bic é que a sabia toda quando nos abria os olhos para Portugal ter acabado e dele só restar nalguns a ideia...
    Mas, para quê, então, tanto desconforto oficialíssimo com a palhaçada do funeral? Será que nos querem chamar a atenção para o destino adequado ser a vala comum?

    Vou já ver o que o João publicou.

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Já vi, Caríssimo Bic, aquele verdadeiro artista, confundindo a essência de "sine estesia" com a sinestesia, decerto tomou a injunção que alguém lhe terá dirigido de «se dedicar à pesca» como uma incompleta determinação de que se dedicasse à pesq...uisa. Um mimo! Ainda bem que não faltam cadeiras, até dá um ar universitário à iniciativa.

    Abraço

    ResponderEliminar