Gauchada 1


Na Argentina, companheira de Portugal nesta extraordinária gesta que é o suicídio colectivo ou nacional, presenciei, em Dezembro de 2001, a fúria das manifestações de indignados com o "estado a que aquilo havia chegado". Estivemos à beira de uma guerra civil, com direito a mortos, feridos e vandalismo a correr solto. Quase furaram-me os tímpanos os gritos de "que se vayan todos", endereçados à classe pulhítica em bloco, a qual devia ser corrida para não mais voltar.  Bem recordo as legiões de alucinados que martelavam as portas dos bancos a jurar que nunca mais depositariam um só cêntimo. Passou o tempo e nenhum dos pulhíticos foi para casa. Os depósitos nos bancos espoliadores não pararam de aumentar. Bravata mais, bravata menos, tudo permanece o mesmo, com o país a descer acelerada e alegremente o plano inclinado da desintegração. Aperta-me o coração dizê-lo mas vamos exactamente na mesma direcção, conclusão lógica de um processo iniciado há trinta e oito anos.

2 comentários:

  1. Essa " certeza " também a tenho eu, Marcos; tudo ficará igual. Estas manifestações não passam de fogo-de-palha.

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  2. Assim é Cara Amiga. O velho Le Bon é quem bem explica essas coisas...

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