Do Sagrado ao Sacrílego

Ontem, na Sic Notícias, Maria de Belém Roseira chamava correctamente a atenção para um discurso em 1962, de Veiga de Macedo, Ministro das Corporações de Salazar, onde se reiterava a impossibilidade de afectar os descontos dos Trabalhadores para a Previdência a qualquer outro fim, por «ser sagrado esse dinheiro ganho por eles com o seu suor».
É de louvar a perscrutação do Passado, para reanimar noções consensuais sob fogo cerrado das sanguessugas ministeriais que chupam os menos defendidos, com objectivos de equilíbrio financeiro. Mas a coerência manda que enderecemos o olhar ainda mais para trás, para abarcarmos plenamente a razão da insensibilidade governativa do sistema ao que parecia adquirido como intocável. Nada como as palavras de um Papa do Século XV, Eneas Silvio Piccolomini (futuro Pio II), que, antes de ascender ao Trono Pontifício, já pontificava; «Nas repúblicas não se respeita a honra..., mas o lucro. Debaixo de um governo popular nada é sagrado ou santo». Está explicada a empresa de Gaspar & Cª

4 comentários:

  1. rudolfo moreira15/09/12, 11:55

    caramba até que enfim o ministro ficou bem na fotografia

    ResponderEliminar
  2. Viva, Caro Rudolfo! É bem certo que, por vezes, o símbolo é mais fiel que a captação mecânica...

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. caro Paulo

    A empresa do Gaspar que está a fazer o trabalho atrasado dos seus antecessores, não esquecendo que estamos em República.

    ResponderEliminar
  4. Podemos lá esquecer essa hecatombe, Meu Caro João Amorim! Diria que estamos perante um trabalho de grupo em que rsponsabilidades diversas não obstam a uma avaliação comum.

    Grande abraço

    ResponderEliminar