O Jogo das Cadeiras

Tenho os partidos, quaisquer que sejam as respectivas cores, por amputações da integridade do Homem. Mas quem se aceite auto-mutillar, comprometendo-se sob a sigla de um, na corrida a um cargo eleito deve aguentar-se. E se a coisa dá para o torto, ao menos no nosso sistema, abandoná-lo, sem pretender esticar a sua permanência nele. Diferentemente nos EUA, em que o voto é na pessoa, sendo a filiação pouco mais que um complemento.
O Sr. Rui Tavares foi eleito para o Parlamento Europeu porque o Bloco o propôs. Zangado com o seu Coordenador tinha de fazer as malas e, deixando-se substituir, voltar ao torrão. Passar-se de armas e bagagens para o grupo parlamentar Verde só pode encontrar fundamento no seu estado para a Política, já que fez depender a sua manutenção na bancada que abandona de umas desculpas que seriam sempre esfarrapadas. Entretanto, há outro ângulo, aderindo escabrosamente, com mentirolas e correcções à mistura, ao agrupamento ecologista desse contestatário moribundo que é Cohn-Bendit, demonstrou ter criado raízes em Estrasburgo. O que explica tudo.
A imagem é O Homem Verde, de David Brooke

6 comentários:

  1. È incrível como os verdes têm tão poucos deputados europeus porque a maior parte dos representantes no P.E. passa a vida a vegetar
    Rudolfo Moreira

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  2. Se o homem fosse coerente tinha renunciado imediatamente ao lugar de deputado. Mas não, que o dinheirinho (e as restantes mordomias) dá (dão) muito jeito...Depois admirem-se que o "povo" tenha um desprezo tão grande pelos "políticos"...

    Ab
    Tiago Santos

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  3. De que outra forma poderiam alertar para a desflorestação, Caro Rudolfo?

    Penso também, Caríssimo Tiago, que era o único caminho digno. Não vou discutir os motivos, já me disseram que não se trata de pessoa venal. Mas por bem (como o pássaro do Paço de Sintra), ou por piores razões, houve, a meu ver desconformidade ao devido. E, como sabes, o Doutor Louçã e o Bloco não me suscitam receptividade alguma.

    Abraço

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  4. Querido Paulo,da-se o caso de nesta questão particular, não estar de acordo consigo,. Sei que a minha posição não tem encontrado eco, mas quando a mim o lugar não pertence ao partido pertence a quem é eleito. Por alguma razão os partidos escolhem A em vez de B, vão buscar a personalidade X em vez da Y, na mira dessas escolhas lhe renderem mais votos. As pessoas expõem-se e emprestam o seu nome a um projecto. Servem-se um do outro mas o lugar é por direito próprio de quem é eleito. E parece-me que só o próprio deve avaliar se deve permanecer ou renunciar em caso de ruptura. Devo esclarecer que não me refiro a este caso concreto, mas é posição que defendo qualquer que seja o caso.
    Beijinho

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  5. Não me parece, Querida Ariel. O que é que está à frente da cruzinha? Não é o emblema? Quem escolhe quem? Não é o grupo político? Gostaria de dizer o contrário, prezo mais pessoas do que facções, mas não há volta a dar-lhe. No sistema Norte-Americano é que se vota no Sr. tal, escolhido em primárias, mas que, tendo alcançado nelas determinada votação, até permitem a manutenção de candidaturas minoritárias contra as do próprio partido e dos concorrentes.

    Beijinho

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