Nus e Suplicantes

Caindo, de Harry Holland
Defendo com unhas e dentes o direito ao nudismo, mas só para os portadores de corpos com medidas escolhidas. Por muito que pareça discriminatório, corpos deformados ou envelhecidos deveriam, por consideração ao Próximo, procurar outras formas de comunhão e paz interior, por as suas características quadrarem no conceito, em voga nalgumas legislações europeias, de poluição visual. Mas esse é o problema genérico da Praia.
Agora mais a sério, o que tenho de impugnar é a justificação aventada pelos naturistas de a sua prática ser uma libertação e um regresso à Natureza. A do Homem é justamente associada ao sentimento da culpa e a vergonha de se ver como veio ao mundo foi a alegoria da insuportabilidade do mal que a Expulsão do Éden configurou, para nos distinguir dos outros animais, que não se exergam nem se arrependem. Nesse sentido, o da nossa herança cultural, prescindir das roupas é tudo menos natural, será falsificarmo-nos como inocentes e, por tal via, ainda mais do que pela ostentação dos genitais, a totalmente obscena forma de exibicionismo, porque enganadora e enganosa.
Além de que, reivindicar percursos pedonais específicos para quem precisa de que lhe cheguem a roupa ao pelo, como exigir nadadores-salvadores, lavabos ou bares de apoio nos seus espaços próprios, não será uma artificialização incompatível com o Natural circundante? Já dizia A. N. Whitehead que «a melhor maneira de dominarmos a Natureza é submetermo-nos a ela».

5 comentários:

  1. Se o Urbano visse o uso do título que inventou...
    Rudolfo Moreira

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  2. Não faço ideia da posição Dele sobre esta magna problemática.

    Abraço, Meu Caro Rudolfo

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  3. Querem exibir as tatuagens.
    Cumpts.

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  4. Não pratico, mas tenho pena... eheheh

    Beijinho Paulo

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  5. Como salta à vista, o supra-sumo do Natural para os nossos Naturistas, Meu Caro Bic...

    Querida Ariel,
    tomo essa pelo desconforto que Lhe cause uma segunda pele, à conta da aversão à duplicidade, ehehehehe.

    Beijinho e abraço

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