Ao Dr. Passos não saiu nada bem a escolha para presidir ao Parlamento, mas saiu-se optimamente do caso: livrou-se a um tempo de uma voz com possibilidades de agenda própria numa tribuna de ouro, depois de haver garantido que não mais estaria sujeito à flagelação eventual de um notável aureolado com uma importante percentagem de votação pejada de independentes e desiludidos.
Não creio que o iminente Primeiro-Ministro tenha sido imbuído do maquiavelismo de trazer por casa que lhe permitisse representar todas estas vantagens. Julgo simplesmente que estava tomado da vertigem do favorito, a qual, dada a previsibilidade da conquista do Poder, leva a acreditar num destino próprio de excepção a preencher e na decorrente grandeza ao alcance de mão conducente à angariação de apoios extra-facciosos.
Mas já não digo outro tanto do futuro Ministro Relvas. Se é certo que o não sinto com inteligência bastante para aperceber previamente toda a dimensão do desenvolvimento constatado, vislumbro-lhe a esperteza suficiente para tentar comprar cumplicidades com a oferta de um penacho.
De tudo isto quem sai mal é, evidentemente, o preterido. Nunca tive boa opinião dele. No esforço humanitário parecia-me um exibicionista, mas, como a acção contribuía para fim estimável, calava-me. Na eleição Presidencial achei sempre que aquelas declarações de amor aos apoiantes eram sobretudo dirigidas à sua imagem e que a boca cheia de cidadania escondia um vazio a fazer pensar se os não-alinhados com os partidos não mereceriam representação melhor. A aceitação de benesses destacadas oferecidas pelos prospectados vencedores não lhe garantiu amigos no meio militante em que mergulhou e alienou-lhe muitos dos que arrebanhara na campanha passada por quixotesca. Paz à sua alma política.
Estou alinhadissima pelo mesmo diapasão do meu Querido Amigo nesta nobilissima questão. Também sempre embirrei ele, um pouco a contra-gosto diga-se, pois via toda a gente a incenssar-lhe louvores, tanto que descontava a minha embirração na conta do meu mau feitio...:)))
ResponderEliminarBeijinho
Reconheço que o homem me irrita um bocado, precisamente pelas razões que tão bem apontas.
ResponderEliminarDito isto, acho que todo o caso é consequência de uma opção recorrente dos nossos políticos, que é a de achar que a personagem vem automaticamente acompanhada pelos votos que recebeu num outro escrutínio...Aparentemente, não aprenderam nada com o caso do Alegre e do seu "milhão de votos"...
Ab
Tiago Santos
Bravo, Confrade Paulo! Na mouche!
ResponderEliminarAbraço!
Querida Ariel,
ResponderEliminarah, o «mau feitio», esse recorrente sinónimo da clarividência...
Meu Caro Tiago,
como se tentaram colar ao Dito Cujo, pensaram que os votos também lhe estavam grudados. É a lógica dos "colas".
Bzzzzzzzzzzzzzzzzzzz! Gratíssimo, Meu Caro João.
Beijinho e abraços
pois, mas o que me espanta é a estupidez dessa gente que, pelos vistos, não aprende nada...
ResponderEliminarAb
Tiago Santos
Nem sei como Te espantas, os partidos são uma excrescência pegajosa, é certo e sabido.
ResponderEliminarAbraço, Meu Caro Tiago
É, nesta altura do campeonato,já devia estar habituado...Mas que queres...irrita-me, esta imbecilidade!
ResponderEliminarAb
Tiago Santos
Isso compreende-Se, Caríssimo Tiago: os calos resultam da fricção continuada, mas nem por isso deixam de doer. Urge comprar um eficaz calicida.
ResponderEliminarAbraço