Pesos Pesados

Podem dizer que é demagogia e fogo de vista, eu apenas vejo nesta atitude do Primeiro Ministro Japonês sentido de responsabilidade e pudor. Veja-se que lamenta não ter previsto a consequência de uma catástrofe supra-humana, bem como o facto de haver determinado o prolongamento da sua autopunição ao período pelo qual subsista a ameaça nuclear.
Cá, o flagelo é diferente. A pre-visão culposa em falta era menos inacessível, tratava-se somente de equacionar correctamente decorrências de actos humanos, admitindo que os nossos políticos ainda sejam merecedores da qualificação. Ou seja, a imputação ainda deveria ser maior, como o remorso, apesar de o resultado não ter sido a perda imediata de vidas, mas o arrastar delas em condições mais degradantes.
Enfim, sendo mais grave o caso, imaginar-se-ia que os governantes em xeque prescindissem, sei lá, quer dos salários, quer das reformas. Em vez disso, entrincheiram-se na espiral da negação do Real que os estigmatiza, em Alta Velocidade.
A obra é Consciência Culpada, de Aida Botan Suster

3 comentários:

  1. Querido Paulo, esse sentido de responsabilidade e pudor é coisa que caiu em desuso na ocidental cultura, basta olhar este pobre mundinho à nossa volta....

    Beijinho

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  2. Bem dizia aqui o Amigo Luís Afonso, Querida Ariel, que a Honra associada ao receio de perder a face é (cada vez mais, acrescento eu) um traço específico do País do Sol Nascente.

    Beijinho

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  3. Não consegui encontrar na caixa de e-mail o comentário que a Ariel aqui tinha deixado, mas era no sentido de a irresponsabilidade se tornar na imagem de marca do nosso País.
    Tinha-Lhe respondido que o sentido de Honra associado ao esforço por não perder a face era cada vez mais uma peculiaridade Nipónica, como referira o Luís Afonso, a propósito dos membros da equipa de socorro da central nuclear acidentada.

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