Não Vale Um Real!

Aproveitando o mote dado pelo Miguel e pelo Bruno nos postais precedentes, ocorre-me dizer um par de coisas sobre os "Okupas" do Rossio. Em primeiro lugar, o número é, neste caso, proporcional à importância, apesar de reconhecer que a barulheira pelos ditos ocasionalmente feita excede largamente a de claques desportivas muito mais numerosas. Há que dissecar um ilogismo castrador da respectiva acção - dizem, compreensivelmente, que «a Dívida não é deles», mas não percebem que, pela mesma ordem de ideias, a Praça também o não é. Cantam as apoteóticas turbulências convocadas por Facebook no Mundo Árabe, sem compreenderem que os seus homólogos por lá manifestados queriam precisamente o padrão de Democracia contra a qual nas capitais ibéricas ora se insurgem. Falam em «Democracia Real» como a boa, sabendo-se que a única estimável é a que inexiste, salvo se Real for extraído de Realeza, com associada representação orgânica, não já da Realidade que lhe desmente a bondade, mesmo conceptualmente...
Enfim, nada admira que um acampamento, mesmo com tão pouca gente, haja dado grande barraca. E terão de agradecer à demolição do antigo Galheteiro que se situava na zona o esbatimento da sugestão de resolver o assunto aplicando-lhes atempadamente um par de galhetas.

3 comentários:

  1. É só bonecada, pseudo intelectais de esquerda e pseudo intelectuais juntamente com párias e traidores... saudades destes tempos:

    Chegada a Lisboa para as celebrações do 28 de Maio - Mocidade Portuguesa, a força e o nacionalimo sempre!

    http://imageshack.us/photo/my-images/21/ano1938mpy.jpg/

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  2. Obrigada Paulo - associo-me às galhetas. Andam a brincar com coisas sérias, e a imitar pela superfície (o costume) - por lá as pessoas estão a morrer pela causa, aqui só fazem lixo. Para seu apoio moral, sempre achei que Portugal é imaginariamente monárquico, e que continua a reproduzir dinastias nas repúblicas. Um grande beijinho H

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  3. Caro Anónimo,
    aqueles que vi nem pretensões à intelectualidade podiam apresentar com credibilidade.
    Sem dúvida, a MP é instituição muito cá de casa, muito pelo entusiasmo que meu Pai sempre transmitia ao dela falar, sempre nostálgico ao sair dos encontros dos Antigos Graduados.
    Mas dá-me ideia para um postalito a breve trecho.

    Querida Helena,
    obrigadíssimo pelo reconfortante comentário. Claro que é como diz, por isso o Bruno muito bem falou em circo, sem ofensa para os artistas dessa área, que exige talentos, contrariamente à festividade protestatária e pouco higiénica do centro de Lisboa.
    Temos de passar do imaginário à realização sem sucedâneos desacreditantes, está mais do que visto.

    Beijinho e abraço

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