A Mina

Ninguém me tira da cabeça que o nosso perdão da dívida guineense é tentativa de mostrar a grandeza na miséria, subrepticiamente à cata de retribuição por terceiro que a olhe e com ela se possa comover, ao ponto de fazer outro tanto com a nossa. Se funcionasse, seria de felicitar os ingleses e a sua argúcia quando apelidaram determinada pecunia em ouro de guinéu. Muito porque ele vinha da feitoria lusa de S. Jorga da Mina, sita no Golfo da Guiné... o que, até historicamente, não tornaria descabida a remissão indexada a esta notória benfeitoria.
De Willems Florent, Um Grande de Espanha Deixando o Seu Credor

7 comentários:

  1. É capaz de ter razão, Querido Paulo, no entanto com ou sem perdão explícito, é uma dívida que há muito voou para parte incerta. De forma que, o melhor era mesmo fazer um brilharete com a coisa...

    Beijinho

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  2. A aparência da dignidade é mais prejudicial que útil ao contrário da indigência da África pobre que não tem nem mesmo História a perder
    Rudolfo Moreira

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  3. Querida Ariel,
    com que então, uma generosidade para europeu ver, heim?

    Meu Caro Rudolfo,
    podemos então concluir que esta gente, mesmo quando (a) tenta a Grandeza, não consegue passar da caricatura.

    Beijinho e abraço

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  4. Sobre o castelo de S. Jorge da Mina, muito haveria a escrever. Trata-se da primeira obra pré-fabricada de que há registo. Devido à carência de materiais no local, a fortaleza foi construída em Portugal e enviada para a Guiné por barco, para montagem. Mais uma vez, os portugueses mostram ser os pioneiros, eheh! Abraço.

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  5. Grande novidade me dás, Caríssimo Miguel!
    E ainda dizem que nada deixámos no espaço da Expansão!

    Abraço

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  6. Como diz Ariel, «perdão» aqui é eufemismo para crédito incobrável. Já não é a primeira vez que os magnânimos abrileiros perdoam dívidas ao P.A.I.G.C. a ver se se livram da vergonhosa conduta. Ou... quanto lhes calhará de comissão?
    Cumpts.

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  7. Ah, Caro Bic, isso dispensaria mais considerandos de aspirações retributivas de credores internacionais...
    Claro que essas maquias andariam malparadíssimas!

    Abraço

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