Fins Entomatados

Já começa a cansar tanto maduro convencido de que interpreta a Bíblia como ninguém a vaticinar o Fim do Mundo. Contra as leituras autorizadas da Igreja e previsões exóticas como a dos Maias, a qual difere para 2012 tão desejável sucesso, cá veio o Sr. Camping garantir que os Bons, presumivelmente ele e mais uns quantos favoritos, iriam ser ontem mesmo, 21 de Maio, levados para o Céu, com todo o resto da Espécie a sucumbir.
Eu em questões de Fé não me quero meter, mas, então, por que carga de água é que a organização deste cavalheiro aceita tantos donativos? Julgarão que há um centro comercial no Paraíso? Pensando bem, com a fama de que os Norte-Americanos não se livram, essa presença mercantil concentrada deve ser indissociável da representação que façam do Supremo Prémio.
Como também me entristece que Braga, uma das Cidades que disputam a honra de hospedar o Primaz da Península, importe, das cercanias de Valência, não o arroz, mas um divertimento que não lhe está na história. É ter de provar que se tem tomates, esmagando-os, quer dizer, tornando-os imprestáveis. Nem resulta daí grande bem, nem o divertimento eventual é compensado pelo opróbrio da imitação. Além da habitual procedência do argumentário contra a estragação num planeta ainda cheio de esfomeados e da estranha apetência por sujar-se até à exaustão. Se esse objectivo é tão libertador, podem sempre optar por meterem-se na política dos partidos.
A imagem é Tomates Esmagados, de Corbert Gauthier

4 comentários:

  1. Que podemos dizer? O meu amigo resumiu bem com 'entristece'.
    Até me ocorrem outras expressões, mas fiquemo-nos por essa...
    :(

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  2. Se dúvida que é tudo uma grande tristeza, sobretudo isto de se importar tradições que nada têm a ver connosco. Não haverá por lá uma alma caridosa que lhes explique o ridículo da situação? é que é sempre preferível um mau original a uma boa cópia...

    Beijinho Paulo

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  3. Querida Margarida,
    já basta os tomates para nos ruborizarmos, não devemos carregar nas expressões, por descritivas que sejam.

    Querida Ariel,
    é como a estudantada vestida a rigor, fora de Coimbra. Lá, acho excelente, estava inscrito no legado dos que frequentam a Academia. Por cá, na forma que a rapaziada adopta, não passa de macaqueação.

    Beijinhos

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  4. A indústria conserveira está em vias de extinção e tinham de aproveitar os excedentes
    Rudolfo Moreira

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