(De)Graus da Vergonha

Enquando a População não se convence de que os partidos políticos só fazem burradas, é bom que se vá insurgindo contra as suas borradas. Mas episódios como o do protesto estudantil contra a poluição propagandista dos Comunistas só serão consequentes quando deixarem de se cingir a resultados e passarem a combater as causas. Exige-se uma Limpeza Ética que remova as siglas partidárias do nosso País no seu todo, que não apenas da parte superficial dele, as paredes e outras construções.
Por outro lado, seria bom que os universitários, a tal vanguarda da Sociedade, exprimissem igual indignação contra as pretensas obras de arte expressas nas pinturas murais, que não morais, sem objectivo político propagandístico confessado. Doutra forma, subsistirá sempre a suspeita de estarem a fazer um frete às forças políticas que primeiro proclamaram com estrondo abdicar de tão serôdia forma de publicidade.
Mas há um sinal de esperança: quando o ambiente mental e reactivo permite que a preocupação com a Beleza e a Higiene dos locais públicos se sobreponha à malfadada liberdade de expressão das agremiações em confronto eleitoral, está meio caminho andado nas disposições íntimas do Homem Comum para a remoção do lixo fraccionante que o tenta seduzir e manipular.

5 comentários:

  1. Querid Paulo, o que poderá ser acrescentado àquilo que está dito de forma clara e substantiva? Eu, pessoalmente, não gosto de graffitis, mas há quem lhes chame arte. Quem sou eu, pobre ignorante, para os contrariar...

    Beijinho

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  2. Até já pendurei por aqui um par de Banksis, Querida Ariel, mas não o é quem quer. Faz-me impressão a paranóia da rabiscar qualquer parede menos esborratada, como, também cada vez mais, os vidros de comboios, alguns dos quais parecem arco-iris sem harmonia.

    Beijinho

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  3. Tudo verdade. Os portugueses são demasiados poucos para andarem partidos. Quanto aos artistas da lata havia de asfixiar-se-lhes a tinta. Enquanto cavalgaduras houver dando-lhes fachadas nas avenidas, em vez de os taxar, não vamos lá. Ao preço do m2 das fachadas que borram havia de dar boa renda. Quem não pudesse pagar podia emigrar.
    Cumpts.

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  4. Sou apreciador de arte urbana, mas acho que há espaço para tudo. Dito isto, não concordo com as pinturas da CDU na escadaria de Coimbra, não só porque não é o local adequado, mas também (e principalmente) porque aquilo é feio como tudo. Abraço!

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  5. Mas, Meu Caro Bic, como podemos querer uma extinção das garatujas, quando governados por troca-tintas que, como a designação indicia, precisam do uso contínuo delas para sobreviver?

    Meu Caro Miguel,
    havias de ver a beleza das criações que vão desfigurando a novíssima estação ferroviária de S. João do Estoril...

    Abraços

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