A Árvore das Patac(oad)as

No dia em que começa a enxurrada de bagalhoça que, diziam, nos ia salvar, tenho de fazer coro com os que relembram estar em nós o problema da predisposição à insolvência. Nem tanto pela razão mais aventada, a da falta de capacidade produtiva, mas por condicionantes psicológicas enraizadas que levam à desvalorização das boas contas e ao acolhimento benévolo da indisciplina perdulária.
Do livro que ontem levei ao almoço, dois passos me pareceram particularmente ilustrativos. Num, evoca-se o Infante D. Afonso, Irmão do Rei D. Carlos, sempre pedinchando pequenas somas que nunca pagava aos oficiais de serviço, popularíssimo entre as vítimas e, ainda mais, junto do Povo que lhe conhecia mil e uma historietas destas. No outro, a dificuldade que a Rainha D. Amélia teve em penetrar os corações dos súbditos, apesar da conduta exemplar, ou, talvez, por causa dela. Tendo imposto controlos rigorosos nos gastos, ao contrário do deixa andar da Sogra, D. Maria Pia, despertou mil e uma aversões e calúnias, sendo a verticalidade orçamental apresentada como avareza e mesquinhez.
Como pode espantar que políticos gastadores obtenham bons resultados eleitorais, mesmo quando se perdeu o rasto a muito do bago dissipado?

4 comentários:

  1. Como é que querem que as folhas da árvore caiam quando estamos na primavera?
    Rudolfo Moreira

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  2. Caro Rudolfo

    Porque, na realidade, estamos no Outono (político) e à beira de mergulhar num looooongo Inverno...;-)

    Ab
    Tiago Santos

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  3. Isto não vai acabar bem, nada bem mesmo....!!

    Beijinho Paulo.

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  4. Meu Caro Rudolfo,
    o Tiago antecipou-Se e já deu a resposta que me correria.

    Caríssimo Tiago,
    quero ver é quando terminar a Estação, onde é que vão desencantar folhas caídas para subsistir.

    Querida ariel,
    ah, pois não. Ainda se acabasse de vez!

    Beijinho e abraços

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