Queridas Estatísticas!

Quem não as conhecer que as... compre!

Se acreditarmos num estudo que nos chega do Nascente, abrir os cordões à bolsa é o caminho certo para o prolongamento deste vale de lágrimas, num sentido mais abrangente que o reconhecido e comprovado da penúria. Dando tratos ao miolo para levar a sério a coisa, poderia dizer que me parecem duvidosas as explicações que reconduzem o facto pretensamente demonstrado à alimentação e à ginástica, pois não creio que se possa inferir da quantidade a qualidade e de umas passadas uma prática desportiva. Penso que poderá ter algum sentido, realmente, o prolongamento vital pela manutenção de um interesse actuante, uma vez que há unanimidade médica e empírica quanto à extinção deles apressar o fim físico. Saltando para a Crise, ocorre-me outra questão: as penalizações do Consumo que se perpetraram e se preparam, além da depressão económica, vão agravar outro dos nossos problemas atestados, o de sermos um País envelhecido. Deve então ser para equilibrar a situação demográfica que se anunciam também ataques às reformas...
Resta uma nota importante, a de nas Senhoras a elasticidade física decorrente da aquisição de bens não ser, ao que parece, tão pronunciada como nos homens. Só vejo uma explicação, a angústia que se desprende da eterna insatisfação com o que se comprou não permite à vertente somática do shopping fazer o seu caminho!

2 comentários:

  1. Paulo, as suas interpretações são sempre infinitamente mais interessantes do que as notícias. No caso em análise, e quanto à diferença dos efeitos sobre homens e mulheres, estava capaz de avançar com a explicação de que o consumismo, na mulher, é de todas as idades, o que talvez explique a sua maior longevidade global e o seu menor impacto como comportamento novo. De resto, subscreveria a tese que avança do «interesse actuante». As minhas Tias continuam, nesta sua nona e ainda jovial década, a sair diariamente à rua por motivo de compras… nem que seja de uns paninhos da loiça (que coleccionam aos milhares, é um palpite). :-)

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  2. Querida Luísa,
    nada de méritos meus, apenas espremo o muito sumo que os acontecimentos comportam.
    Vejo grandes virtualidades na explicação que adianta, sim. Mas no que conhecemos até aqui. Porque, já agora, parece-me detectar uma mutação nas gerações mais novas: sinto os Rapazes a alinharem muito mais no consumismo desenfreado, assim como as Meninas vão, agora, massivamente à bola. Não tem a mesma sensação?

    Beijinho

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