Quando Lisboa Tinha Sorte...

Em Dia do Consumidor cumpre salientar o tempo que nos dava uma caixa de papel para cada gosto, em lugar de uma embalagem plástica padronizada. Mas, voltando à simbologia por detrás da superstição, o Trevo que denominava a loja é significativo a vários níveis. Entra pelos olhos dentro que a planta que Eva teria colhido do Jardim do Eden ao ser expulsa, para prolongar um pouco no mundo inferior a atmosfera das delícias, tem cada vez menos lugar, à medida que os nacos paradisíacos retrocedem na Capital.


Há porém mais. Queria o Folclore que a rapariga por casar que comesse um trevo de quatro folhas achado o faria com o primeiro homem livre que encontrasse. E que o sujeito solteiro que deparasse com tão rara planta e a colocasse pela manhã dentro do sapato encontraria noiva na moça que lhe surgisse pela frente. Não é preciso ser grande intérprete para perceber que se estava diante de um hino contra a fast food e pela naturalidade no fabrico do calçado, em épocas onde o Matrimónio era uma sorte e não se arriscava às contrafacções em curso.
Simplesmente, pode-se verificar como toda a Beleza está prestes a ser derrotada por outras vulgarizações igualmente multiplicadoras e deprimentes, como a da produção em massa - a plantinha que tão rara era vê hoje serem vendidas e empacotadas sementes dessa modalidade tetrafolhada. É o fim!

3 comentários:

  1. Vê-se bem que é de antes da digitalização com os trabalhos tipográficos e os artigos fotográficos
    Rudolfo Moreira

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  2. Como se retira igualmente do cartão, Caro Rudolfo, era a Vie en Rose.
    Abralo

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  3. Meu Caro Paulo, este é da tua colecção? Lembrança de tempos menos massificados... Abraço.

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