Mais leal do que outras figuras estabelecidas da nossa política, as quais dirigiram à Juventude em efervescência cantos de sereia que julgavam tentadores, no sentido de os seus mais activos membros integrarem as suas instâncias decisórias, ou seja, as do inimigo identificado, o Dr. Marques Mendes tentou televisivamente defender o indefensável, quer dizer, a partidocracia.
E disse que não se podia dizer que tudo era bom no restante Portugal e que maus seriam os partidos, porque estes eram emanações da Sociedade, no seu todo.
É precisamente este ponto que eu contesto. Uma organização de cariz partidário, em monopólio ou em competição, não participa apenas da maldade difusa de alguns dos seus membros. Bem ao invés, incita muitos indivíduos ao mau caminho, na medida em que oferece cobertura para as más acções que empreendam e fornece atalhos para poleiros decisórios independentes de um chamamento superior não-faccioso. Além de que fracciona por definição o Todo, transferindo os instintos de solidariedade da Comunidade Nacional para amputações rivais umas das outras, salvo no que toque a quotas pré-acordadas de distribuição de cargos, ou da união esporádica contra a ameaça comum quando, como parece ser o caso, os seus expoentes se sentem acossados.
Melhor do que eu o jornal «A Monarquia» de 8 de Junho de 1921 fala da horrenda perversão, num texto em muitos passos actual. Clicai na reprodução em dose dobrada e, superiormente, fazei o Vosso juízo.
E disse que não se podia dizer que tudo era bom no restante Portugal e que maus seriam os partidos, porque estes eram emanações da Sociedade, no seu todo.
É precisamente este ponto que eu contesto. Uma organização de cariz partidário, em monopólio ou em competição, não participa apenas da maldade difusa de alguns dos seus membros. Bem ao invés, incita muitos indivíduos ao mau caminho, na medida em que oferece cobertura para as más acções que empreendam e fornece atalhos para poleiros decisórios independentes de um chamamento superior não-faccioso. Além de que fracciona por definição o Todo, transferindo os instintos de solidariedade da Comunidade Nacional para amputações rivais umas das outras, salvo no que toque a quotas pré-acordadas de distribuição de cargos, ou da união esporádica contra a ameaça comum quando, como parece ser o caso, os seus expoentes se sentem acossados.
Melhor do que eu o jornal «A Monarquia» de 8 de Junho de 1921 fala da horrenda perversão, num texto em muitos passos actual. Clicai na reprodução em dose dobrada e, superiormente, fazei o Vosso juízo.
Há é que combater nos Revoltados a ideia de que a culpa não é do sistema, já que anseiam por encontrar uma responsabilidade concreta no conjunto desta classe política. Com a actual estrutura governativa estão condenados ao desânimo, pois qualquer epígona dela, mesmo a que os Puros Indignados de hoje viessem a gerar, fatalmente cairia na mesma viciação que dá vómitos. Há que reconhecer as organizações criminosas, para além do que estipula a legalidade provisória
Que essas organizações acoitam muitos malfeitores, é um facto, Paulo. E que a lei que as consagra como organizações meritórias é uma lei puramente formal, que não atende à substância das coisas e assim branqueia as malfeitorias, é outro facto. A minha (dolorosa) dúvida é se será uma lei tão provisória como diz… ;-)
ResponderEliminarTem razão no diagnóstico, querido Paulo, mas
ResponderEliminareu ainda me lembro bem como era a vida em Portugal "antes" dos partidos, e não gostei...como resolver isto? não sei....
Beijinho
Querida Luísa,
ResponderEliminarcompete-nos a todos nós merecermos uma legalidade nova, caso a consigamos ter.
Querida Ariel: questão de gosto, também me lembro de um sistma muito menos partido e gostava incomparavelmente mais. Oz Meus Pais, erntão, Que viveram grande parte das vidas nele, achavam que não havia grande coisa a esperar, depois da queda. Mas sou mais radical, ao propor a Monarquia Tradicional liberta de associações de suporte e de eleições com siglas, avanço uma solução em que União Nacional signifique coisa maior do que uma macaqueação partidária.
Beijinhos
Incrivelmente actual o dito recorte de jornal.
ResponderEliminarBem-Vindo, Meu Caro Manuel Pinto de Rezende.
ResponderEliminarTambém achei, parece que o Autor (desconfio que Sardinha, apesar de não estar assinado) tinha o poder de antecipação! Ou é a desgraça que repete em linhas paralelas...
Abraço