Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades

Estávamos na primeira metade da década de 90, essa Idade de Ouro portuguesa vivida à base de obras públicas e fundos comunitários. Eu era um miúdo a passear com os meus pais pelo centro de Almada. A certo ponto o meu pai parou, surpreendido, ao encontrar uma casa de penhores. Eu nunca tinha ouvido falar de tal coisa, mas ele lá me explicou, espantado por há muito tempo não encontrar estabelecimentos desse tipo. Os tempos mudaram e hoje é raro passear na rua e não encontrar uma casa de penhores ou um desses sucedâneos pós-modernos que são as lojas que «comercializam e reciclam ouro, jóias e metais preciosos». Mais uma face dessa crise que muitos já não estranham, e que teima em entranhar-se no nosso país.

2 comentários:

  1. Caro Miguel:
    Belo postal, todo ele uma metáfora dos tempos modernos.
    Abraço!

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  2. É uma triste verdade, esta. Por todo o lado vemos o comércio tradicional dar lugar a este tipo de estabelecimentos.

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