Incompleta trilogia


Em 2008, a Ulisseia editou «Castelos Perigosos». Em 2009, foi a vez de «Norte». São dois livros da chamada trilogia alemã de Céline, espécie de auto-retrato da louca odisseia que empreendeu pela Europa nos dias do fim da 2ª Guerra Mundial. É um relato intenso e poderoso, próprio de quem passou pelo Apocalipse e voltou para contar a história. Estamos em 2011, o ano que marca o cinquentenário da morte do doutor Destouches. Não será uma boa altura para lançar o capítulo final, «Rigodon»?

6 comentários:

  1. Muitíssimo bem lembrado, Caro Miguel.
    Abraço!

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  2. Claro que seria. Mas não têm estes a craveira, que era da mais magnetizadora do Leitor, da «Viagem...», ou da «Morte...». Muito porque toda a fúria interior ganha mais, em romance, se dirigida contra a envolvência identificável mas indeterminada ou a personagens com universalidade, apesar das chaves, do que contra personalidades concretas, sempre a resvalar para o aspecto de ajuste de contas.
    Abraço, Caro Miguel

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  3. Caro Paulo, aceitando que há ajuste de contas (a obsessão com o irmão do Comandante Cousteau é notória!) não é menos verdade que as personagens, sobretudo em "Nord", assumem um carácter universal de um brilhantismo extraordinário.

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  4. Meu Caro Átrida,
    eu acho a prosa excelente, nesse volume, mas parece-me que as personagens perdem um pouco, por uma relativa atomização, sem a força da presença costante e fixadora dos protagonistas dos romances maiores.
    Abraço

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  5. Caro Paulo,
    Neste caso não estou totalmente de acordo. É verdade que há ajuste de contas nesta trilogia. Mas como poderia não haver, depois de tudo o que Céline passou, vendo companheiros de exílio reabilitados enquanto ele estava proscrito para sempre? Por outro lado, se é verdade que lhe falta o fôlego da «Morte a Crédito», a série alemã não deixa de ser um extraordinário retrato de loucura dos últimos dias da 2ª Guerra Mundial. A provar que esse conflito, uma autêntica guerra civil, não se viveu apenas nos campos de batalha.

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  6. Eu falava no valor literário da construção, Caríssimo Miguel, não no documental.
    Abraço

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