Contas Furadas

Para quem pense que o responso cavaquista foi um simples mar de words, words, words, talvez seja bom lembrar que as causas dele podem ter assentado num modelo paramatemático. O Presidente terá calculado:
Os Portugueses odeiam Sócrates + Cavaco desanca Sócrates = Os Portugueses amam Cavaco.

Mas suspeito de que, com a hipercontestação que se espraia, a operação corrente será outra:
Sócrates é um político português rejeitado + Cavaco é um político português = Sócrates e Cavaco são políticos rejeitados.


De forma que o apelo ao sobressalto cívico no regime pode bem redundar num cívico salto sobre o regime.

3 comentários:

  1. O Paulo é um optimista incorrigível! :-)

    Vamos ver já no Sábado quantos daqueles quarenta e tal mil "Jovens à Rasca" que clicaram no Facebook a confirmação da sua presença na Av. da Liberdade irão aparecer.

    Eu, que sou um pessimista incorrigível, estou convencido de que apenas umas centenas; na sua grande maioria mais atraídos pelas palhaçadas prometidas pelos "Homens da Luta" que propriamente para protestarem por um futuro melhor!

    Porém, uma coisa é certa! Se antes deste discurso de Cavaco, um fiasco da manifestação apenas confirmaria que a "Geração à Rasca" já não espera absolutamente nada de Sócrates, agora, a confirmar-se o meu prognóstico, o Seu silogismo é confirmado como absolutamente verdadeiro. Haja fé!!!

    Infelizmente, cá está o meu pessimismo outra vez, não assistiremos a qualquer "sobressalto cívico no regime", nem tão pouco a um "cívico salto sobre o regime". A nossa bovinidade empedernida leva-me a acreditar mais, num... ressalto à indiferença ao regime.

    Um abraço

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  2. Um cívico salto sobre regime era bom Paulo, mas não serão os "portugas" a fazê-lo não senhor, esses são mais ao estilo zapping com o comando da tv ou a teclar no facebook.

    Beijnho

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  3. Confesso, Caríssimo Pedro, que me vejo a resvalar horrivelmente para luminosas expectativas, se comparadas com o breu da época que atravessamos... Ainda neste caso, julgo que a adesão será considerável. Onde tudo ruirá é na sequência da coisa, creio: satisfeitinhos e roucos, voltarão para casa para ver-se na televisão. E assim legam aos politiqueiros profissionais mais uns anos de tranquilidade.
    Até por feitio, subscreveria o Seu brilhantíssimo apelo, mas como, uma vez na vida me sinto "energizado" (perdão pelo termo, Bic!), permito-me uma esperança assim expressa:
    "ressalvo a indiferença ao regime"...


    Querida Ariel:
    compete-nos a nós a agit-prop que permita às Gentes tomar não a consciência de classe que faliu, mas a consciência de desclassificados que está na ordem do dia.

    Beijinho e abraço

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