Bibliocausto


Cruzei-me há dias numa loja com este livro, na versão original, em inglês. A edição que tenho, em português, foi publicada pela Livros do Brasil, enquadrada na colecção Argonauta, e para além de já não se encontrar com facilidade, está repleta de gralhas e erros grosseiros de tradução.

Edição emblemática da ficção científica, «Fahrenheit 451» é uma das obras de referência para qualquer bibliófilo, apresentando uma distopia em que os livros são proibidos e os seus possuidores enviados para o manicómio. Nesta realidade, adaptada por François Truffaut ao cinema em 1966 num filme homónimo que ganhou grande culto, a função dos bombeiros é incendiar os livros apreendidos. Daí o título, que remete para a temperatura a que arde o papel.

Com um remake do filme previsto para 2012, e ainda por cima num tempo em que se voltam a confiscar livros e prender livreiros, nada faz mais sentido que uma nova edição portuguesa (revista, se possível) desta obra essencial.

3 comentários:

  1. Há outra tradução portuguesa, publicada pela Europa-América em 2002. Mas, ao que sei, está esgotada.

    O filme de Truffaut é excelente, o que só me faz recear esse remake...

    Sobre as perseguições aos livros, que sempre existiram e, infelizmente, continuarão a existir, lembro-me de um lema utilizado por várias editoras europeias: "Mais livros, mais livres". Esse deve ser o nosso mote.

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  2. Não conhecia essa edição da Europa-América, mas como bem dizes, está igualmente esgotada.

    O remake está agendado para 2012, mas já teve diversos revezes, por isso suspeito que o projecto acabe por ser adiado ou até cancelado (seria o melhor, na verdade). Afastado há pouco tempo por conflitos de agenda, era Tom Hanks que estava na calha para Montag (!).

    Quanto às perseguições aos livros, há poucas coisas que me revoltem tanto como isso. Queimar livros é um acto infame, seja quem for que o pratique.

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  3. Adoro este filme, particularmente a rede de resistentes, que julgo alcançar a máxima expressão nos gémeos que decoram/salvam «Os Irmãos Karamazov», um o primeiro, o outro o segundo volume.
    Abraço

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